É reação carnal em represália ao que nos fez mal. Geralmente, espontaneamente, e outras vezes, premeditadas. A represália é o direito que alguém se atribui a si mesmo para causar um dano maior ou igual ao que recebeu.
Isso acontece para vingar ou recompensar um agravo recebido. Normalmente é acompanhado de um sentimento de justiça porque se faz para compensação. É fazer justiça com as nossas próprias mãos (muitas vezes torna-se injustiça). Age-se fazendo evidente à pessoa o mal que nos fez, ou guardando rancor ou ressentimento no coração. Algumas vezes até se chega a premeditar a vingança.
A malícia é fazer dano sem causas objetivas, por ciúmes ou inveja. Na represália ao contrário, há uma ação objetiva (às vezes imaginamos isso), um mal que nos fazem e do qual nos vingamos.
Este espírito de devolver mal por mal é um dos sentimentos mais dominantes no coração do homem.
Nota-se na criança pequena e no homem mais maduro. Observa-se cada dia nas coisas menores, no casamento, na família, entre irmãos carnais, entre companheiros, no trabalho e lamentavelmente entre cristãos.
O mal que nos fazem devolvemos como:
-Rancor, ressentimento
-Ofensas ou insultos
-Gritos
-Retirar a palavra, a saudação
-Ameaças ("você vai me pagar isso")
-Tratar com desprezo
-Desejos secretos de maldição
-Fazer sofrer
-Alegrar-nos com a sua desgraça
-Matar
-"chicotada de amor" (versículos bíblicos)
-desejar ou fazer qualquer classe de danos contra a pessoa: honra, bens, saúde, direitos, família, etc.
-gestos grotescos
-cara fechada, antipatia
-não ajudar
-palavras ferinas
-golpes
-calúnias, detrações
-tratar com indiferença
-desejar-lhe mal
-vingança
-deixá-la sofrer
-roubar ou furtar
-odiar
Cristo é nosso Senhor. Não podemos fazer o que queremos, mas o que Ele nos ordena com mandamentos claros (Mt 8:21-26). Não podemos dizer que não podemos, porque Ele crucificou nosso velho homem e, ao dar-nos o Espírito Santo, deu-nos todo poder para fazermos a Sua vontade. "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fl 4:13).
Ver: Mt 5:38-48; Ef 4:32; Mt 6:14-15; Cl 2:12-13; Mc 11:25-26; 1 Ts 5:15; Lc 6:27-36; Rm 12:17-21; 1 Pe 2:21-23, 3:8-12,17.
Em resumo, estas passagens ensinam:
Nunca devolver mal por mal.
Sofrer o mal, não nos defendermos. Jesus não se defendeu, nem defendeu a Deus. Perdoou aos que o crucificaram. Deus não respalda aquele que quer fazer justiça por si mesmo (Tg 1:20).
Perdoar de coração aquele que nos fez mal e vigiar para que posteriormente não brote nenhuma amargura.
Orar e interceder em favor dos que nos fazem mal.
Dar graças a Deus por tudo (nos ajuda a assemelharmos a Cristo). Sentir-nos bem aventurados e nunca ter pena de nós mesmos (autopiedade): Rm 5:3.
Vencer o mal com o bem (Rm 12:21). Diante de um fato, um mal que nos fazem, não podemos ficar passivos ou neutros; sempre há reação. Devemos canalizar a reação; em lugar de maldição, devemos abençoar. Com o bem vencemos o mal, detemos e evitamos males maiores.
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